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Sobre
Ju Bock nasceu no Rio Grande do Sul, no Brasil, numa família de mulheres artesãs. Com os ensinamentos da mãe, seguiu a tradição do tricot transmitida pelas gerações anteriores. Foi com essa herança familiar que, durante a pandemia, enquanto vivia nos Estados Unidos, adquiriu um tear, algumas lãs e seguiu tutoriais online. Em pouco tempo, este trabalho tornou-se uma paixão, motivando o envolvimento profundo da artista com o ofício. Desde a seleção cuidadosa das matérias-primas, à execução totalmente humanizada das peças. Agora, no seu estúdio em Portugal, dedica-se à atividade em tempo integral.
Das lãs que chegam em meadas para iniciar uma nova peça, a artista utiliza a técnica ancestral da tapeçaria em tear, na qual os fios, entrelaçados, formam um tecido. A sua produção caracteriza-se pelo uso de franjas e pontos de macramé. Durante o processo de tecelagem, Ju entrega-se à intuição, permitindo que a arte evolua organicamente conforme trabalha. Após ter a inspiração do que fazer, escolhe os fios, as cores, as texturas, coloca-as juntas e sem desenho algum, inicia a construção da peça. Cada obra é executada de forma totalmente humanizada e traduz-se na expressão única da sua visão artística.
Processo criativo orgânico e técnicas ancestrais
A obra´Raízes` despertou na artista o desejo de ir buscar matéria-prima originária do Sul do Brasil, honrando as suas raízes. As lãs utilizadas vêm da Fios da Fazenda, uma quinta familiar na cidade de São Pedro do Sul cujos fios provém de ovelhas criadas com o princípio de que “apenas ovelhas felizes produzem lã de qualidade”. Estes animais vivem em pastagens naturais, em perfeita harmonia com a natureza. O tingimento das fibras acontece por meio de pigmentos extraídos de plantas nativas do Rio Grande do Sul, como a carqueja e a erva-mate, minimizando o impacto ambiental, promovendo a prática de recursos renováveis e valorizando os conhecimentos regionais.
Matéria-prima do Brasil
"Venho de uma família de muitas mulheres e com um legado de artesanato muito forte feito por elas.”
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